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O que esperar sobre a próxima reunião do FED?

O mercado americano vem passado, ao longo dos meses, por vários desafios financeiros refletidos de alta expansão monetária interna, crises comerciais externas, guerras, dentre outros. Isso desencadeou em um avanço da tão temida inflação que pode desestabilizar a maior economia do mundo, causando uma crise em cascata em outros países. E isso é o que o Banco Central Americano vem combatendo ao longo dos meses. E o que esperar sobre a próxima reunião do FED? É o que vamos tratar aqui.

Sobre a última reunião

Desde que o FED adotou uma política monetária expansiva, durante a pandemia, em que desencadeou em uma injeção de trilhões de dólares no mercado, o nível inflacionário aumentou de maneira desenfreada. Isso fez com que o Comitê tivesse que começar a aumentar a taxa de juros, para que houvesse uma desaceleração da inflação e atividade econômica. Isso resultou em uma atual taxa de juros na faixa de 5,25%-5,5% ao ano. A meta de manutenção de taxa inflacionária na faixa de 2% ao ano segue intacta.

Na última reunião, em Março, o FED demonstrou gostar do ritmo econômico, em que o emprego se mantém aquecido e desemprego baixo. Mesmo com taxa de juros alta, o mercado de trabalho se mantém resiliente. Isso é surpreendente para muitos, inclusive para o Powell, pois sabemos que, para que a inflação baixe no sistema atual, o mercado precisa desaquecer e o desemprego aumentar levemente, o que não acontece. Por isso que, enquanto não houver sinais de que o mercado está desaquecendo, o FED não aplicará o pivot, ou seja, corte da taxa de juros.

Powell também mencionou que continuará adotando medidas restritivas, além da manutenção dos juros. Essas medidas incluem na redução de títulos do tesouro, títulos de dívidas de bancos e títulos hipotecários garantidos pelas agências bancárias. O Comitê menciona que sempre se mantém atento com os movimentos do mercado e que continua flexível com mudanças de sua política, caso necessário. Mas como o mercado se mantém aquecido, é esperado que na próxima reunião semana que vem, o FED preserve a mesma taxa de juros e as mesmas medidas restritivas.

Inflação

O FED vem combatendo há meses a taxa de inflação, para que esta chegue na meta de 2%. O Comitê veio alcançando bons resultados, mas após o PCE (Personal Consumption Expenditure) ter chegado em 2,5% ao ano em Fevereiro, ele voltou a subir em Março. Já o PCE, excluindo alimento e energia, chegou a 2,8% ao ano. O valor veio acima do que esperado pelo consenso do Dow Jones. Em relação a todos os itens incluídos na análise, o índice chegou em 2,7%, comparando com uma estimativa de 2,6%.

Considerando o nível mensal, o PCE aumentou 0,3% em Março, igual ao aumento de Fevereiro. Esse aumento ocorreu com a contribuição de:

– 0.1% no preço de produtos (gasolina, roupas e calçados)

– 0,3% no preço de serviços (setor imobiliário, especialmente em relação aos aluguéis)

– 1,6% no preço de transporte

– 0,5% no setor de serviços financeiros e seguros

Em relação ao setor imobiliário, o preço se manteve alto, mesmo com o aumento de oferta de apartamentos vagos. Porém, analistas esperam que o setor venha a desaquecer ao longo do ano.

Os analistas receberam as notícias da inflação mais aquecida que o mês de Fevereiro sem tantas surpresas, porque durante a semana o mercado também recebeu notícias do PIB americano. O resultado demonstrou que o primeiro trimestre estava com preços muito aquecidos.

Além do CPI (Consumer Price Index), o PCE é um índice bastante usado pelo FED para avaliar o regime de preços. Para que a inflação chegue em 2%, o índice precisa registrar mensalmente um aumento máximo de 0,2%.

Próximos cenários

O Presidente do Banco Central, Jerome Powell não vê sinal de que o nível inflacionário está perto de ser controlado. Isso faz com que as estimativas de pivot sejam cada vez mais adiadas. Inicialmente era esperado que em Março desse ano tivéssemos o tão esperado corte de juros. Após o mercado se manter resiliente, com o nível inflacionário aquecido, Powell começou a mencionar de maneira mais pessimista, que não irá agir com afrouxamento da política monetária em nenhum momento próximo.

“Dados recentes claramente não nos deram grande confiança. Em vez disso, ele indica que vai requerer mais tempo do que o esperado para que alcancemos toda aquela confiança. Se a inflação persistir, nós manteremos o atual nível de juros por tanto tempo quanto for necessário”, disse Powell no painel de discussão no Wilson Center.

Uma curiosidade sobre isso é que o mercado ainda possui uma abundância monetária no sistema financeiro. Isso faz com que o mercado se mantenha aquecido. O mercado de consumo está comprando mais do que está poupando. E os consumidores estão gastando com a poupança, fazendo com que o cenário futuro fique cada vez mais precário. O US Bureau of Economic Anlysis indicou que os gastos ultrapassaram a renda em Março. Isso vem acontecendo nos últimos 3 dos 4 meses. Já a poupança chegou em 3,2%, o menor índice desde Outubro de 2022.

Concluindo que…

Alguns analistas esperam que a próxima reunião do FED, nessa semana, mantenha os juros como está. O corte de juros aconteceria apenas em Setembro. Outros já esperam que isso só venha a acontecer em 2025. As apostas para que o FED não faça nenhum corte de juros nesse ano estão em 17% de chances. Esse registro demonstra uma redução do pessimismo de 20% há algumas semanas atras. Ainda assim, o mercado está mais ressabiado que no início do ano quando este acreditava que o FED faria de dois a três cortes de juros ainda em 2024.

 

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Sara Olliveira

Economista

Olá! Como moderadora do Mundo Abundante, eu estarei trazendo publicações sobre finanças pessoais, análises na área de Economia e Finanças do Brasil e do mundo, além de trabalhar com o Mindset sobre o dinheiro, para que você possa alcançar a abundância em sua vida. 

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